Naqueles
tempos os fariseus prepararam uma emboscada para comprometer Jesus. César cobrava
impostos abusivos, o povo era oprimido pelo império romano e essa era uma
questão muito sensível. Depois de dirigir alguns falsos elogios a
Jesus, os fariseus jogaram a armadilha: É permitido ou não pagar o imposto a
Cesar? Um verdadeiro beco sem saída para qualquer cidadão comum. Se ele
respondesse que sim, seria um verdadeiro conservador, aliado com o status quo, com as elites poderosas, nos
dias atuais seria classificado de direitista ou comedor de coxinha. Porém, se
Jesus condenasse o pagamento dos impostos ele certamente seria considerado um liberal revolucionário, um agitador público, um perigo para o império,
atualmente seria chamado de comedor de mortadela e esquerdopata.
Mas
Jesus não era um cidadão comum. Independentemente de suas crenças ou
descrenças, amigo leitor, um homem que é capaz de dividir a história em duas,
pode ser qualquer coisa, menos uma pessoa medíocre. Atentemos para a excecionalidade
da resposta de Jesus, para mim, uma das passagens mais geniais do Evangelho. Jesus
pediu uma das moedas que se paga o imposto e perguntou: “De quem é essa imagem
e essa inscrição? De Cesar, responderam-lhe. Disse-lhes então Jesus: Dai, pois,
a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22:21).
Esse
episódio passa despercebido por muitos, porém ele é a essência desta reflexão.
Muitas pessoas afirmam com convicção que as religiões são conservadoras e mesmo
entre aqueles que fazem parte delas, existem os que se questionam a esse
respeito, principalmente quando seus confrades e líderes religiosos tomam
posturas conservadoras. Recentemente, com o acirramento da política nacional,
observamos no movimento espírita como em outros movimentos religiosos os mais
diversos posicionamentos políticos e trocas de acusações.
Existe
um entendimento comum, sobretudo no campo das ciências humanas, de que não existem
posicionamentos neutros. Todas as nossas ações e opiniões são ideologicamente
motivadas, mesmo quando não nos damos conta disso. Nenhuma análise ou prática
social é neutra, considerando que trazemos uma carga cultural, condicionamentos
e educação, que são filtros que definem a realidade. Acredito nisso, mas não a
ponto de achar que nenhuma objetividade é possível.
O
problema é que no campo político a “não neutralidade” é acompanhada de uma
visão dicotômica do mundo dividido entre esquerda e direita, liberais e
conservadores. Desse modo, não podendo ser neutro, forçosamente você é contra ou
favor ao Status quo. Não existe meio
termo. Sob essa perspectiva Jesus seria apenas um conservador que saiu pela
tangente, mas, em minha opinião essa é uma interpretação pobre e superficial.
Jesus não foi neutro, não foi de esquerda e nem de direita, ele representa uma
via diferente, um paradigma completamente diverso daquele que orienta as
concepções políticas humanas e quem enxerga apenas essas concepções, não será
capaz de entender a resposta do nazareno.
De
fato não há o que discutir com quem acha que o mundo se resume a dicotomia "liberal versus conservador", para esses as religiões e mesmo qualquer forma de
espiritualidade são conservadoras e ponto final. Porém existe uma via
alternativa para interpretar o sentido da experiência humana, trata-se de uma
via tão antiga quanto a própria humanidade, a via espiritualista. Mesmo alguém
que não tenha nenhuma religiosidade ou crença, poderá reconhecer que se trata
de outro paradigma que difere essencialmente da política.
As
doutrinas políticas, sejam elas quais forem, baseiam-se todas na perspectiva
materialista. Estão preocupadas com as questões objetivas do mundo, da
sobrevivência, da economia, do poder, das leis e relações entre os povos e
nações. Partem do individual em direção ao coletivo sendo esse último o seu objetivo
final. As esperanças de mudanças planejadas para a sociedade são depositadas em
grandes sistemas que criam as condições para que os indivíduos se desenvolvam
em todos os aspectos, os indivíduos, por sua vez, são produtos do meio ou, do
ponto de vista de algumas doutrinas científicas, produtos de suas determinações
genéticas. Aqui o indivíduo é mero efeito das determinantes sociais e
biológicas que são em última instância, a causa primeira e material de nossa
realidade, por isso, convêm focar nelas.
O
espiritualismo parte da experiência coletiva em direção ao interior, à
individualidade (diferente do individualismo), ao autoconhecimento, ao Self, à
reinterpretação de nossas experiências emocionais e sentimentos, à ressignificação
subjetiva do sentido de nossa existência. No oriente, em muitas doutrinas
inicia-se com um mestre, mas o auge é a experiência individual do nirvana, da
iluminação. No ocidente inicia-se coletivamente no ambiente social de uma
religião, mas o objetivo final é a experiência espiritual que não é objetiva e
só pode ser sentida pelo indivíduo. O parâmetro é ele mesmo. É o caminho
inverso da política. Jesus afirmava: “meu reino não é deste mundo” (João
18:36). As esperanças de mudanças planejadas para a sociedade são depositadas
no indivíduo que é dotado de vontade e livre-arbítrio, as influências sociais e
biológicas existem e são importantes, mas, de modo geral elas não nos privam da
capacidade de vencê-las, superando nossas tendências, exercendo nossa
criatividade. Vencer nossos impulsos, condicionamentos e influências é a
essência da simbólica luta do bem contra o mal, do espírito contra a ilusão da
matéria.
Jesus
se posiciona diante dos fariseus demonstrando esse caminho. Trata-se de outro
paradigma, outro sistema de conhecimento que não se enquadra na dicotômica
divisão de mundo da política. Tentar enquadrar a espiritualidade como liberal ou conservadora no sentido político dessas expressões é como tentar forçar o azul a se decidir entre
ser preto ou branco. É exatamente isso o que fazem alguns ao analisarem as pautas
defendidas pelas religiões que podem ser classificadas como liberais ou conservadoras.
Tenho amigos tão convictos que o Espiritismo é de esquerda quanto outros tantos
que acreditam que ele é de direita.
Pautas
como aborto, pena de morte e eutanásia geralmente são combatidas pelas
religiões e por isso alguns as consideram conservadoras. Mas, justiça social,
caridade, e defesa dos mais fracos são também defendidas pelas religiões e essas
são pautas mais comuns aos liberais. Mas da mesma forma que um animal não é
uma vaca apenas porque tem dois chifres, as religiões não são de esquerda ou
direita apenas porque algumas pautas coincidem com um ou outro segmento.
Essencialmente política e religião se diferenciam porque baseiam-se em
paradigmas opostos, o materialismo e o espiritualismo, e desafio qualquer um a
provar o contrário.
Essas afirmações se referem aos fundamentos da maioria das religiões ou da espiritualidade em si mesma o
que é muito diferente da prática social das instituições religiosas, essa última
muito mutável e variada. É verdade que encontramos nas instituições religiosas posturas liberais
e até revolucionárias, principalmente dos grandes fundadores como Jesus, Paulo,
Martinho Lutero, Allan Kardec, Buda e outros. Contestar, gerar rupturas, pregar
mudanças, criar novos sistemas, estar do lado dos mais fracos e desfavorecidos
não é exatamente uma postura conservadora. Mesmo atualmente, encontramos dentro
das religiões movimentos liberais e progressistas. Agora mesmo temos um papa
liberal enfrentando o conservadorismo da sua igreja, porém, na maioria das
vezes os religiosos e seus líderes são conservadores e nesse sentido os
críticos têm razão ao dizer que as religiões são conservadoras. Não raras
vezes, na história e na atualidade, as instituições religiosas colaboraram com
a opressão, exploração, guerra, extermínio, racismo, misoginia, homofobia etc., exterminaram milhares de pessoas ou silenciaram diante
de extermínios. Muitas dessas instituições tornaram-se antes de tudo políticas,
focadas nas ambições do mundo, apenas travestidas de religiosas.
No
entanto esse fenômeno é produto da ignorância no mais amplo sentido, ignorância
política, social e sobre os fundamentos da própria religião que professamos. Por
causa disso, a maioria dos religiosos é massa de manobra no que se refere a
posicionamentos políticos partidários. Diante da pergunta dos fariseus, sobre a
quem se deve pagar o tributo, conforme a propensão individual, bradam: “Viva a
Cesar!” ou “Morte a Cesar!” É perfeitamente lícito escolher, enquanto cidadão,
entre um ou outro ponto de vista político, mas não se pode esperar que as
religiões ofereçam formação político-partidária aos cidadãos, porque essa é uma função das escolas,
das famílias, da sociedade organizada, mas não das religiões.
A
falta de educação e formação política de uma nação reflete-se em todos os
ambientes sociais em que o cidadão faz parte e não apenas nas instituições
religiosas. Reflete-se na reunião de condomínio, na associação de bairro, nos
estádios de futebol, no comportamento dos nossos filhos na escola. As
instituições religiosas, como quaisquer outras, reproduzem e fortalecem as
práticas sociais vigentes da sociedade em que está inserida, a tal ponto que
seus seguidores constantemente fazem o contrário do que prega os princípios de
sua religião. Ou seja, o conservadorismo predominante nas instituições
religiosas é reflexo do contexto social e não porque as religiões tornam as
pessoas conservadoras.
A
espiritualidade ou religiosidade orientada pelos princípios transcendentais que
estão na origem das grandes religiões, algo diferente das instituições e
rótulos religiosos, representa o caminho para si e para o próximo que é uma
extensão de mim mesmo (amar o próximo como a si mesmo) é uma vacina contra o
ódio, o egoísmo, o orgulho e a vaidade. É lamentável ouvir líderes religiosos
gritando “Morte a Cesar! ou Viva a Cesar!”, enquanto deveriam dar a Cesar o que
é de Cesar. O papel das religiões é transformar a sociedade a partir da
transformação pessoal do indivíduo, porque ele é a causa de todos os bens ou males da sociedade. Quem atinge a transcendência do amor e da
integração com o próximo não se corromperá com o ódio, a corrupção e a
intolerância. Independentemente de suas posições político-partidárias, sabe que
elas são secundárias, porque não importa quão bom seja o seu partido ou posição
política, ele será irremediavelmente corrompido e degradado pelo ódio e pelo
egoísmo que ainda exista em nossos corações.
Todos
precisamos de educação e formação histórica e política para atuarmos
conscientemente como cidadãos. Porém isso não é suficiente. Caráter, abnegação,
compaixão, empatia não são qualidades que se aprende na escola ou nos livros de
história, mas na experiência humana orientada por valores transcendentes e não
materialistas. As doutrinas políticas são deficientes nesse sentido, nada
trazem à alma do indivíduo, porque enxergam o indivíduo como efeito e não como
causa. Ao mesmo tempo, as religiões enquanto instituições da sociedade civil,
necessitam que a política cumpra com a sua função oferecendo um meio social
propenso ao desenvolvimento das qualidade humanas. A política lavra o solo, mas
é a espiritualidade que tem a semente.
Acredito
que em uma sociedade saudável, política e religião devem coexistir porque todos
nós somos ao mesmo tempo indivíduos e cidadãos. Se, enquanto espiritualista,
acredito que o indivíduo é a causa, não desprezo, porém as influências do meio
social sobre a sua formação. São duas dimensões diferentes, dois
sistemas de conhecimento, de abordagens sobre a realidade. Somos espíritos, mas
estamos na matéria, disso não podemos esquecer, mas tão pouco podemos
esperar da política ou da religião aquilo que elas não podem dar, porque não é a
sua respectiva função.
Amigos
espíritas e religiosos, unamos nossas forças nos ideais puros do Cristo
consolador e trabalhemos para que as instituições religiosas sejam ambientes
que ocupem-se de promover a transcendência humana, que ocupem-se de dar o Deus
o que é de Deus e deixemos à política dar a Cesar o que é de Cesar. Dessa
forma, mais que cidadãos seremos seres humanos que sabem optar politicamente e
respeitar as diferenças.
Pergunta: Mas as religiões não são
também conservadoras pelo fato de terem sistemas de referências fixos como
livros sagrados, doutrinas, postulados e dogmas que permanecem inalteráveis? Ao
defender a manutenção dessa base inalterada, não somos de certa forma conservadores
ou, nesse caso, fundamentalistas? As ciências, por outro lado,
parecem ter mecanismos de autocorreção de seus postulados e alteram-se constantemente
conforme as novas evidências. As ciências, de forma geral, seriam mais liberais
e revolucionárias? Acredito que por isso foi necessário que elas se dividissem
da religião para que pudessem progredir.
Esse
entendimento comum parece fazer todo sentido, porém isso não é tão preciso. Primeiro
não nos esqueçamos que a ciência possui seus dogmas e premissas inalteráveis. O
materialismo, por exemplo, é uma premissa adotada arbitrariamente pela ciência.
Por mais que a ciência avance e altere seus postulados os fundamentos da
matemática prosseguem os mesmos, aliás, são eles permitem que a ciência avance.
Nenhum sistema de conhecimento pode prescindir de uma base sólida, no momento
que essa base se rompe, significa o fim daquele sistema e o início de um novo,
uma revolução paradigmática como falava Thomas Kuhn. Mesmo dentro da ciência
encontramos revolucionários e reacionários, enquanto uns tentam construir novos
paradigmas, outros tentam defender as bases estabelecidas, mas essa é uma dinâmica salutar para qualquer sistema assim como para a religião.
A
dinâmica de evolução das religiões é distinta, mas ela também é dotada de
mecanismos de autocorreção, porém, como a religião é um sistema muito mais
antigo que a ciência, ela possui tempo, ritmo e dinâmica muito
diferentes. Assim como na ciência a religião tem suas rupturas e revoluções que
resultam não apenas no surgimento de novas religiões como também na mudança interpretativa
de seus postulados e essa última característica é muito especifica da religião não
podendo ser adotada pela ciência.
A
ciência possui bases de referência objetivas, que não deixam margem à
interpretação. Quando há uma revolução na ciência isso significa a ruptura
dessas bases, como a física quântica que possui bases diferentes da física newtoniana.
Porém, os fundamentos da maioria das religiões são subjetivos, possuem uma base
de conhecimento tradicional e ancestral como parábolas, imagens, símbolos, etc. É possível
que uma religião sofra uma completa reinterpretação dos significados de seus
símbolos, mesmo que esses elementos simbólicos permaneçam os mesmos. Ou seja,
as parábolas de Jesus ou as sutras do Tao Te Ching podem ter interpretações completamente
diferentes dependendo da época, e mesmo atualmente existem vários
sistemas interpretativos que dão origem as mais de 30 mil religiões cristãs que
existem pelo mundo.
Essa
“revolução da interpretação” não é vista pelos críticos das religiões, porque
ao observarem de fora, de fato, as bases da religião permanecem as mesmas, não
se dando conta que os símbolos são sistemas vivos e dinâmicos. Os arquétipos
das religiões interagem com a época e a realidade em que estão inseridos, mas
enquanto arquétipos eles existem na interação com a subjetividade do indivíduo
que dá ao símbolo um sentido único e individual que também evolui na dinâmica
do seu autoconhecimento.
Considerando
que o caminho da espiritualidade é o “caminho para dentro”, ela não se ocupa da
transformação direta do mundo material como faz a política, a ciência e a
tecnologia. A espiritualidade transforma o mundo intermediada pela transformação
do indivíduo. Esse, ao ser transformado pela espiritualidade, opera na sociedade
através da política e da ciência e diga-se de passagem, transforma o mundo
mesmo através das estruturas institucionais religiosas, que não são outra coisa
senão estruturas políticas.
Esse
“caminho para dentro”, essa “individuação” representa uma verdadeira revolução
do sentido existencial, dos valores, hábitos e posturas do indivíduo, que através
dessa transformação opera na sociedade, como Saulo de Tarso convertido em Paulo
na estrada de Damasco em seu encontro com a sua transcendência através de
Jesus, o que representou uma revolução tão grande que refletiu-se na história
do mundo.
Enfim,
as religiões transformam-se de diversas formas, porém de maneira bem diferente
da ciência e da política. Suas bases de referência podem ser alteradas através
dos cismas e surgimento de novas religiões, mas essas mesmas bases podem ser
constantemente reinterpretadas porque estão repletas de conteúdos simbólicos
que são interpretativos e, por último, a religião deve ser olhada pela sua
capacidade de mudar o indivíduo, porque esse é seu objetivo maior. A aparente inalterabilidade da "forma exterior" da religião, frequentemente oculta a natureza viva e dinâmica de seu conteúdo. Se não
enxergarmos o tempo da religião que é diferente do tempo da ciência, se não
enxergarmos o objetivo que é a individuação, se olharmos apenas sob o ponto de
vista das doutrinas materialistas, enxergaremos apenas estagnação e
conservadorismo na espiritualidade e nas religiões.
Uma
particularidade é o Espiritismo, que além de ter uma base rica em símbolos que
é o cristianismo, procura incorporar os mecanismos de autocorreção da
ciência, evoluindo mais rapidamente sobre suas bases do que a maioria das
religiões tradicionais. De fato, como ciência e religião são sistemas com
paradigmas muito diferentes, foi útil e necessária a separação que houve entre
elas no passado, porém, avançamos para um entendimento que permite
reintegrá-las, papel bem cumprido pelo Espiritismo, que é uma doutrina
revolucionária no âmbito das religiões, mas isso é tema de outra discussão.
(*) Esclarecendo alguns termos usados no
artigo
Liberal
e Conservador – Aqui adotamos o
entendimento comum sobre esses termos, amplamente difundido e associado à
política em seu sentido partidário, onde, em nosso contexto nacional o
liberalismo progressista está associado à chama esquerda e o conservadorismo está
associado à chamada direita. A adoção dessas expressões é feita de forma
consciente pelo objetivo de criticar a tentativa de enquadrar as religiões em
uma simples e dualista perspectiva político-partidária.
Política – no sentido empregado no texto refiro-me a política no
sentido partidário, porém, em alguns momentos o significado é mais geral e aristotélico,
por exemplo, quando digo que a sociedade é pobre de formação política e
histórica. Ao afirmar que à religião não compete a formação política, isso é
válido para a política partidária, porém, em sentido mais amplo é inegável que
as religiões possuem posicionamentos políticos estabelecidos em seus
fundamentos como foi mencionado, por exemplo, sobre o aborto, pena de morte, justiça
e caridade.
Religião – O entendimento comum mescla a espiritualidade do
indivíduo (1), os princípios que orientam um segmento religioso (2) e a
dinâmica social das instituições religiosas (3). Em vários momentos procuro
distinguir essas três perspectivas. A conclusão é que a vivência da
espiritualidade íntima, subjetiva e transcendente nunca é conservadora porque
ela só existe quando há transformação substancial da perspectiva do indivíduo
(1). Do ponto de vista dos princípios e fundamentos que orientam a maioria das
religiões, geralmente eles são progressistas em sua origem, porque as religiões
surgem de alguma ruptura ou cisma ou nova experiência e interpretação. Após esse
período de formação, esses princípios parecem inamovíveis, o que dá um aspecto
de conservador e dogmático às religiões, mas essa é uma interpretação enganosa,
conforme explico no artigo (2). Por fim, as instituições religiosas são
ambientes sociais onde disputam as perspectivas conservadoras e liberais e, sem
dúvida, no passado como atualmente predomina a perspectiva conservadora.
Naturalmente essa é apenas uma separação arbitrária com a finalidade didática
de facilitar o entendimento sobre esse panorama complexo (3).
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